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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Aquela mulher

I sso não é um lamento e nem palavras duvidosas rabiscadas. O que escrevo é uma parte da imortalidade que desejo sobre meus sentimentos de outros tempos. Quando me sentir oco esses escritos me preencherão. Não precisa ser algo materializado. O que sentimos e deixamos de sentir nos preocupa por um corpo inteiro. A noite já deixou de ser minha companheira e me entregou as descaso da madrugada. Aquele era meu terceiro copo de bebida, ao contrario de alguns, a bebida me deixara confuso e irritado. Foi quando aquela senhora entrou. Não a chamo de senhora pela idade, pelo contrario, seu rosto aparentava uma beleza jovial não muito comum. A chamo assim pelo notável anel de ouro em sua mão esquerda. Casada. Ah, como desejei ver um pouco mais do seu corpo. E quando dava outro gole... Tirou com leveza seu casaco de couro. Deixou-o cair no chão imundo daquele bar e andou com sutilidade naquele chão sujo até o palco das meretrizes. Olhos resistiam a acreditar, outros sorriam com ar de malícia e a

Desabafo #V

E como as ondas do mar - navegarei em suas águas -, e deixarei ser levada ao infinito. Juntar-me-ei cada dia mais a ela, de tal forma, para que um dia possamos tornamos um só. E sem aviso prévio retornarei. Não é um ponto final é um ponto com vírgula. A estrada ainda não terminou. Retornarei em breve, meus queridos, em breve. A saudade não pode ser explicada em meras linhas, precisaria de algo mais. Agradeço as belíssimas e riquíssimas palavras e elogios voltados ao blog e pelos queridos selos. Todos eles estão aqui: Selos do EPIFANIA Infelizmente não pude atualizar os devidos selos ganho recentemente e peço humildemente minhas sinceras desculpas a todos. E mais, minha conexão, literalmente, proibiu-me de comentar nos meus queridos blogs amigos. Novamente: Perdão! O meu desejo seria comunicar cada um em seus respectivos blogs. ( Arianne Barromeu ) "Algum dia - e esse dia pode nunca chegar - Eu vou lhe pedir para fazer um serviço para mim. Mas até esse dia, aceite essa justi

Desabafo #VI

Não quero um amor cego. Quero um amor vivo e com suas devidas expectativas intactas. Sou constituída por matéria e não pôr efusivas emoções – aprecio o belo da vida e o anseio da verdade. Por que a cada dia retrocedemos à vida e prosseguimos ao infinito. As emoções ainda me abalam como uma forte chuva ao meio da correnteza. Por que não estou no mundo para agradar-te e nem para ser agradada. Estou aqui para viver. Agora viver o quê? A matéria que fora pulsada em mim involuntariamente? A matéria que sem pena destrata todo um passado prazeroso. Prazer... Uma palavra que corresponde a todos os efeitos conquistados, no entanto, mas conhecida como um arrepio avassalador por todo o seu corpo. Sinta o arrepio.  (Arianne   Barromeu)

Promessas

Constantes vultos indecifráveis, desconfortáveis e rancorosos e, contudo dolorosos. Incógnitas perguntas e indecisas respostas. Ainda penso o porquê de a vida levar a isso, na verdade eu sei a resposta, mas não consigo transpassar à minha própria vontade. É ininterruptível.  Não consigo equilibrar mais o meu normal, você era o meu equilíbrio, a transação do meu bem e do meu mal.  E agora esta transação desmoronou não pelo o que aconteceu, mas sim pelo que não pôde ter sido feito. O defeito inconcertável. A ausência desesperada. Um passo para possível liberdade. Descarreguei toda minha angústia e suspeita esperança na única munição da pistola, se ela falhasse é por que o erro teria a esperança do concerto, caso contrário o concerto seria minha Liz de vida. O meu coração agora sabe o que você queria dizer. Não, na verdade eu minto. O meu coração agora sabe o que vocês sentiram. Olho para o espelho e vejo um homem. Um homem jovem com a barba a fazer. Com um olhar mútuo e perdido. Com

A idosa

Olhos opacos com um falso azul da velhice deslumbravam uma toda geração prolífera da sua juventude. Um filho, outro outro e outro demonstraram depois de alguns anos seus filhos ali prostrados à mesa com seus outros filhos. Suas mãos apresentavam a fragilidade de aconchegar em seu colo seus netos energéticos, seus olhos escondiam a sensação do limite posta em seu corpo. E seus lábios secos eram umedecidos com água sem gosto; possivelmente lembra-se do passado por um breve relance e regozija-se por inteira da sensação prazerosa que já sentira. Seus cabelos um dia soltos e lançados ao vento de uma manhã de pleno verão; seu corpo  firme com uma belíssima peça de bolinhas e adentrando-se na água salgada na praia de Ipanema. Agora, apenas suas palavras ecoavam com beleza ao centro da sala, uma voz roca, por assim dizer, mas firme e autêntica defronte a todos. Sua fragilidade seria apenas no corpo, na matéria. Sua força era inacreditável e proporcionava toda uma história impessoal que trazi

Eles

    ... E apenas consegui esta folha para rabiscar o encontro de hoje. Meus dedos tentam desesperadamente minudenciar cada momento, cada palavra ou apenas tentam fugir do apelo da lembrança. Meus pensamentos agora têm como abrigo os dedos velozes dos músculos dando vida às letras redondas num papel qualquer. Afinal, não compreenderíamos a imensidão do prazer se não conseguíssemos vivenciá-las. Lembro-me do pequeno sorriso, do vento perspicaz, e das vagas lembranças remotas que invadiram, desesperadamente, o meu domínio. Às vezes ainda penso por que a demora. Sentávamos na mesma fila, entravamos na mesma sincronia nas aulas e quando deparávamos com insolências inexprimíveis, descobríamos quantas versões harmônicas, apáticas, e amorosas fazíamos juntos. Meu conceito sobre isso? Tivemos medo, medo de sentir o desprezo um do outro e por isso, nos calamos. Contemplei minha força durantes alguns anos longe de você. Tínhamos nada. Apenas as lembranças? Depois da rotina, marcos do colegial e

Ela*

[...] Ela disse, te amo, vamos viver juntos. Perguntei, não está bom assim? Cada um no seu canto, nos encontramos para ir ao cinema, passear no Jardim Botânico, comer salada com salmão, ler poesia um para o outro, ver filmes, foder. Acordar todo dia, todo dia, todo dia juntos na mesma cama é mortal. Ela respondeu que Nietzsche disse que a mesma palavra amor significa duas coisas diferentes para o homem e para a mulher. Para a mulher, amor exprime renuncia, dádiva. Já o homem quer possuir a mulher, tomá-la, a fim de se enriquecer e reforçar seu poder de existir. Respondi que Nietzsche era um maluco. Mas aquela conversa foi o início do fim. Na cama não se fala de filosofia. *Fragmento do livro: “Ela e outras mulheres” do Rubem Fonseca. Nesses dias tenho lido livros belíssimos, engraçados e ricos. Este é um trecho de um deles. 

Não era a falta de amor

E a razão era inexplicável. Confesso que cheguei ao estado mais repugnante após sua partida. Não era saudade. Não era a falta da sua companhia. Não era a falta de amor. Era a falta das palavras. Observei-te, tentei deliriamente decifra-te, mas não quisesse responder hoje. Seu abandono era sua única saída, as palavras você não conseguia proferi-las. Constantemente falei aos ventos enquanto você se prostrava a voar sobre a brisa. Respeitarei o seu desejo, não acharia digno: suas meadas partidas, sem palavras postas e caricias não respondidas. No entanto, não amarei você, não desejarei você. Apenas queria um sussurro, uma palavra. Uma certeza. E como a chuva forte caindo sobre a terra – serei forte em aguentar a chuva salgada inundando meu rosto. E quando passares pela janela do nosso quarto apenas verá uma sombra. Uma sombra duma mulher. E quando possivelmente pensares que a mim conhecestes, saberá que somos um infinito inexplicável. Um infinito inabitável com um aroma desconhecido e em

Vodka

Excelentíssimos devaneios sobre nossas bocas. Senti aquela doçura invadir-me por inteiro e quando sentira que estava ao fim, apenas relato ao garçom: mais uma rodada, por favor.  A vodka não me queimara, ela apenas instigava minha apreciação da noite. Minha boca encontrava-se sobre os lábios finos do copo e meus beijos eram deixados com tons avermelhados em suas bordas transparentes. Talvez parasse talvez prolongasse. À noite pra mim não seria uma criança e sim uma escuridão de desmanches dos sonhos destruídos. Desejaria um escarpe – um refúgio – ou a sublime presença de sua companhia. Mas, meus olhos revelavam a resposta da sua frieza perante mim. Estes olhos carregavam consigo a mais beleza negra de minha alma. Esbanjavam lágrimas pretas e lábios desbotados. Meu sorriso não tem mais o riso e nem o riso de sua companhia. Lamento minha árdua solidão. Então eu peço: Mais uma rodada, por favor. E bebidas são postas sobre mim, no entanto, um rosto masculino olha-me com desejo. Talvez o re

A viúva

As traças medonhas traçaram-lhe o corpo subidamente. Surpreendido pelo golpe que levará a alma, assustou-se ainda mais pelo autoriado. Aquele corpo maldito que um dia trouxera o prazer ao seu corpo - agora ferido -, lhe enfiara a faca maldosamente, onde os toques carnais, anteriormente ter-lhe-iam feito arder e contorcer algumas noites; revelara à medonha frieza e sutilidade em cravar a faca ao seu corpo. Corpo ferido mente ferida. Um corpo sem alma. O espírito condenado, o autor do assassinato, foi ao alheio acaso, considerado a mais prioresa vítima. Suas mãos não acusavam mais o fator do caso leviano – escondera em sua mente as articulações perversas tratadas com orgulho ao seu prêmio. O sangue antes escorrido agora não está mais na cena. Caminhava como uma viúva nata a caminho do corpo sem vida do marido. Consolada. Inconsolada. Consolações. Escondia na mente o que realmente acontecerá, e com habilidades esplendorosas – lágrimas saiam de seus olhos. Sua situação deprimente foi ofusc

Morte cerebral

Ao desencarne ao óbito Por que ainda lutas pela carne e não pela alma? Segurei-te até os fins da sua nobre vida e desperdiçasse com regalias Tentei-me ser forte e substituir os guerreiros perdidos Grandes divisões celulares proporcionei a você  E mínimos agradecimentos recebi Ao óbito à morte Óh, corpo que chora e ao pranto se desconsola Não sabes tu que a morte chegara nessa hora? Talvez seja cuidadosa e o caminho seja consolador Talvez seja perigoso e ameaçador Por que não tentares? Recorrestes ao mal, recorrestes ao fim A morte ao passamento Não suportarei despedidas Quero os guerreiros velhos na hora de sua partida A força ainda possuo A inteligência ainda se faz em mim Suporte o desligamento de cada célula, suporte o seu forte Do passamento para despedida Não permitirei que sua óptica veja o pranto dos seus semelhantes Ordenarei as férias dos meus filiais símiles Desejo muito um descanso a sua similitude Permito-me um descanso eterno às coisas descobertas da vida Nesse momento

O bilhete

“ Atenção senhores passageiros, tenham todos uma ótima viagem”  A previsão do tempo revelava que a madrugada seria chuvosa e com isso, consideravelmente preocupada, a senhora vestida de um linho elegante tentara, constantemente, manter-se lúcida às preocupações e anseios durante sua viagem. Decerto, o anseio que a consumia aumentara por sua solidão em seu assento. Seus olhos cansados procuravam algum refúgio em outros olhos, mas sua óptica apenas encontrara multidões desconcentradas e alheias, observando ao relento através da redonda janela. Lembrara por um vago instante o bilhete que encontrara da filha na estante da sala de jantar, uma breve despedida, uma despedida com uma dolorosa ida. De explicações necessitara para viver, desejara está ciente dos motivos exatos da ida de sua filha. Não aceitara que a mesma, sua filha, recusasse ser sua semelhante. Por que apenas palavras escritas invés de um último abraço? Um grande quebra cabeça era atordoado em sua mente e peça imp

Demais*

Todos acham que eu falo demais E que eu ando bebendo demais Que essa vida agitada não serve pra nada Andar por aí, bar em bar, bar em bar Dizem até que ando rindo demais E que conto anedotas demais Que não largo o cigarro e dirijo o meu carro Correndo, chegando no mesmo lugar Ninguém sabe é que isso acontece por que Vou passar minha vida esquecendo você E a razão por que vivo esses dias banais É porque ando triste, ando triste demais E é por isso que eu falo demais É por isso que eu bebo demais E a razão porque vivo essa vida agitada demais É porque meu amor por você é imenso O meu amor por você é tão grande É porque meu amor por você é enorme demais [ Demais – Mayssa Matarazzo ]* Vídeo: Demais - Maysa Um pouco dela: Coletânea  e  Wikipédia . Sim sim, cadê os contos, Arianne? Bem, hoje decidi postar uma das minhas músicas favoritas e, como poucos sabem, sou apaixonada pela voz e composições de Matarazzo Maysa. Aqui vai uma lembrança que não pude ter na minha infância. .

Memórias

As memórias permanecem como uma forte raiz duma árvore impregnada na terra. Firme e chumbada; decidida a não abrir espaços para invasores temporários. Era o que acontecia com estes pensamentos soltos; eles eram insistentes, ameaçadores e inquietos. Tentei a cada noite escapar do infortúnio da falsa solidão que me rondara. Saberia que o desespero apenas me levaria para lugares temoros e desconfortáveis a se pensar. Meus pensamentos não seriam fortes o suficiente para quebrar maldições postas no passado, um passado corriqueiro, mas impiedoso. Realmente não acreditávamos em maldições, mas quando olho-me ao espelho e vejo aquela mudança áspera tomar conta dos meus olhos e possuir toda minha pele involuntariamente; é quando a acredito veemente. Acreditávamos tanto em nós, esperávamos deveras aqueles momentos passageiros e quando aconteciam as horas, minutos e segundos eram imperdoáveis conosco. Nossos corpos eram enérgicos, fortes como a brisa para com o nada. Insensatos beijos eram entregu