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Mostrando postagens de dezembro, 2010

2O11 √

Um ano está indo embora. E o que você fez de produtivo e certo nele? Bem, eu poderia destacar inúmeras coisas aqui, mas tem uma delas que é a mais importante de todas: Eu vivi. Não viver de sair em baladas, bebidas, cinemas, shoppings, compras, não! Eu vivi! Eu respirei, sorri e tive saúde. Está sim é a coisa mais importante do ano. As outras coisas são apenas fatos que a vida nos proporciona a acontecer. Eu não quero filosofar aqui. Mas, os primeiros homens que pisaram na terra festejavam a saída do ano velho? Eu acho que não. Não venha me dizer que eles não tinham ideia do tempo e da vida que eles levavam, bem, eles sabiam cuidar da natureza. E isso já é o bastante. No entanto o nosso século é outro, vidas e inteligências também são outras. E estamos aqui. Eu estou aqui. Após viver, conheci pessoas maravilhosas. Virtualmente e pessoalmente. Pessoas incríveis, com idéias incríveis e escritas empolgantes. Li livros que antes nunca teria ouvido falar. Corri atrás de um rapaz sem nem

A melodia

Era uma melodia de uma bailarina. Mas ela não era uma. Ouvia um som musical quando era garotinha. Nunca soube em qual direção chegaria ao seu encontro. Fascinava-me por completo e apesar de não escuta-lo com os olhos, eles brilhavam parecendo entendê-los. Parecia uma mistura acústica de notas de piano com notas de violino. Era deslumbrante. Olhava para o céu imenso com sua cor azul única e o sol mergulhava em minha pele pelo me corpo. O som parava e eu como uma boba ainda imaginava ouvi-lo. No entanto, à medida que eu iria crescendo o som que raramente ouvia já dava sinais de desaparecimento. Isso me incomodou por um curto e certo tempo, depois eu mesma não percebi que isso já não me importava mais. Acho que é um dos deslizes da saída da infância, você deixa coisas pequenas de lado e tenta entrar de cabeça em coisas fúteis. Não me lembrava mais da melodia. O lapso momentâneo teria se tornado, em meu cefálico, um fato mitológico.  O engraçado era que sempre era apenas uma parte... A m

Primos

Ela busca os seus olhos. Ele busca sua boca. As memórias passadas vinham a tona. - Veja-me! – exclamou uma voz feminina – Continuo aquela magrela com finas pernas! Apenas cresci na estatura para desalinhar ainda mais minha aparência. - Vejo-te como uma mulher. Uma linda mulher – persuadiu uma voz masculina com astúcia.  – Dizes isso porque és um homem. Homens tendem disso – virou seu rosto, parecia moldar uma cara irritada, mas seu tom é carismático.  - Na verdade, continuamos como verdadeiras crianças. – exclamou inesperadamente para o seu primo.  – Mostrar-te-ei uma pequena diferença, prima. Na verdade, eles estariam discutindo a infância no sofá da sala da Vovó. Mas precisamente este ofício ficara com a prima, já que seu primo demonstrava clareza em suas respostas. Ele sabia que não eram mais crianças, ela sabia que a melhor decisão era enganar-se a si. As formas de seus corpos teriam se modificado. Despertavam ali um homem e uma mulher que relembravam o

Rapunzel

   Fragmentos distorcidos invadem aceleradamente minha consciência. Não tenho mais o domínio do meu próprio corpo. A insegurança faz-se matriz e o desespero incessante me cerca violentamente. Tento escondei-me e apoiar-me em algum fragmento concreto, mas a ânsia me toma e desesperadamente formulo as cordas vocais necessárias para um grito. Ela ainda não me satisfaz, prendo com os meus dedos os fios avermelhados do meu cabelo e tento arrancá-los como uma saída da compreensão do meu ego. Levanto-me e caminho naquele quarto limitado. Agora aquela maldita torre é o meu casulo de vida. Minha respiração torna-se ofegante ao relembrar quem me levara até ali. Pessoas que carregam dentro de si sangues idênticos – deveriam tentar em suma sua auto-proteção. Mas não importa, as cicatrizes deixadas para trás irão lembrar que minha existência foi real. Não será uma torre semelhante à de Babel que me condenará a uma espécie de presídio infortúnio para minha eternidade. Pois, ajunto-me a mim e não a

A viúva

   As traças medonhas e afiadas traçaram-lhe no corpo subidamente. Surpreendido pelo golpe que levará a alma, assustou-se ainda mais pelo autoriado. Aquele corpo maldito que um dia trouxera o prazer ao seu corpo - agora ferido, lhe enfiara a faca maldosamente, onde os toques carnais, anteriormente ter-lhe-iam feito arder e contorcer algumas noites; revelara à medonha frieza e sutilidade em cravar a faca ao seu corpo. Corpo ferido mente ferida. Um corpo sem alma. O espírito condenado, o autor do assassinato, foi ao alheio acaso, considerado a mais prioresa vítima. Suas mãos não acusavam mais o fator do caso leviano – escondera em sua mente as articulações perversas tratadas com orgulho ao seu prêmio. O sangue antes escorrido agora não está mais na cena. Caminhava como uma viúva nata a caminho do corpo sem vida do marido. Consolada. Inconsolada. Consolações. Escondia na mente o que realmente acontecerá, e com habilidades esplendorosas – lágrimas saiam de seus olhos. Sua situação deprimen

Gargalhadas

Reluzente eram os sorrisos maduros que se alongavam naquela tarde. Paravam e novamente caiam na gargalhada. Eis o motivo da euforia contínua: amizade. O amor que não é amante.  A feição da fidelidade que leva a ternura um dos mais sublimes sentimentos da vida: o amor. Um abraço, um apoio e algumas lembranças acomodam o espaço preenchido pelo beijo carnal e a necessidade da posse para com outro indivíduo: o sexo. E tal qual eram os sorrisos que as três mulheres não se importavam ou desapercebia, alguns olhares desejosos da alegria. Eles mesmos quereriam pedi um pedacinho da felicidade com elas. A alegria tremenda era preenchida em três corações, em três amizades, digamos de passagem: inseparáveis? Na verdade se reencontravam, e agora, possivelmente, para jamais se separarem. Não teriam prometido assinado ou jurado a amizade eterna, elas acreditavam. E por acreditar, a possibilidade da palavra eterna era infinitivamente, absoluta. Seus cochichos eram desavergonhados e temiam que suas ve

Confessionário

  – Sabe, eu nunca fui de acreditar nessas coisas. – confessou a moça. – Mas já que experiências são formidáveis para mim, resolvi vim aqui. “Um conjunto de vozes – um coral – era ecoado ao fundo” – Mas então minha filha... Quais seriam os seus pecados para estes serem perdoados? – perguntou, finalmente, o padre. – De certo, que tudo o que eu contar aqui será mantido em extremo segredo, padre? – sua voz tinha um tanto de malícia, mas o padre não se deixou levar com as atitudes ‘levianas’ que a cristã estava se atribuindo. Situações como aquelas não aconteciam com frequência na pequena paróquia do Padre Simão. E ele, um padre experiente, com disciplinas exemplares do seu chamado para com o clero – tinha a extrema clareza que não poderia deixar-se aos desejos da carne. Um pequeno de luxuria. – De fato, filha, fatos esclarecidos aqui; aqui mesmo permanecerão. – respondeu humildemente. – Graças aos Santos – benzeu-se. – Escute-me bem, padre Simão. – desejou chamar a sua atenção. ­­­­­­­

Questionamento

"Às – todas – vezes pensamos que uma jura prometida nunca será cumprida. Quando as duas almas se encontram e proferem entre si coisas agradáveis aos mesmos – sabemos que não vai acontecer. Mas por que jurar? Sabe-se que o nosso eu será orgulhoso demais para cumpri-lo? Os momentos são tão belos assim para criarmos uma ilusão com o nosso próprio ego? Fisicamente estou deprimida, estou incomodada de não ter respostas concretas para minhas respostas. Acrescento a limitação dos profissionais em tentar responder as minhas questões. Por que juramos? Apenas pelo momento ser belo? Uma palavra cochichou em meus ouvidos – promessas – Ah, a promessa.    Ela existe também, talvez seja prima da palavra: jura ou irmã do medonho: prometemos. Quaisquer parentescos que seja, elas tem o mesmo álibi." Terminou de anotar o seu momento na máquina de datilografia – herdada de sua mãe. Respirou um pouco olhando para o nada, tentando se própria entender, ela queria entender como funcionava

Desabafo #III

Quero descobrir o meu país e descobrir outras raças. Quero escrever um livro... Os contos do meu blog! Quero viver um amor de novela, ah eu quero. Quero ter um diário para alguns momentos... Quero preservar uma grande e única amizade. Quero ter apenas um grande amor. Quero ter uma casa chalé. Quero guardar meu dinheiro num potinho de ouro. Quero ter uma máquina média de  datilografar .  Quero ser mãe. Quero me sentir realizada quando morrer. Ayay, gente eu precisava desabafar isto! Eu sei que é totalmente fora de nexo dos contos que posto aqui, mas sabe como é né? Há momentos na vida que uma mudada básica faz bem... Estou com uma novidade no meu próximo conto, mas ele está sendo trabalhado ainda. Tive essa epifania no ônibus voltando pra casa, mas por motivos de super falta de tempo, não deu para editá-lo. Mas, com certeza, irei publicá-lo aqui! Geeente! Ganhei tantos selinhos hoje... E sabe de quem? da Nina do blog  Assuntos de Nina  . Irei atualizar a página dos selos e vocês verão

Destino monótono

– Esse dia vai ser como o de ontem – abriu um sorriso conformado. Andou até a frente ao espelho oval e ele revelava uma linda mulher escondida com maquiagens pesadas. Sua mão deslizou seus sedosos cabelos negros para trás e seus olhos estudaram suas vestes para sua forma mais casual, não queria parecer o que realmente era: com um pequeno vestido vermelho com um chamativo e avassalador decote que valorizava de tal forma os seus seios. Esse vestido era formoso, não era vulgar, seu tecido parecia ou era seda. Suas pernas se estendiam com um aroma de óleo de uva. Estavam atraentes, mesmo não sendo maravilhada com belas pernas – elas estavam, devidamente, atraentes. Com um salto alto e novamente com uma maquiagem pesada, ela se retirou do seu quarto. – Ah, o perfume. – o dia não foi totalmente como ontem – se perfumou. Agora voltou a caminhar para o seu destino monótono. Desceu as escadas do seu prédio, não suportava elevadores, mas desceu com elegância. Seu olhar para cada p

Desabafo #II

    Eu tenho medo quando as palavras fogem de mim. Eu tenho medo de não estar usando corretamente elas. O usufruído do meu ser é incógnito. Desconhecido até por mim. Às vezes tenho receio do drama e outras do melancólico amor. Mas o que eu posso fazer se elas me usam assim? As palavras têm poder de mudar montes e pensamentos humanos, pois para cada pessoa existe uma escrita diferente. Para cada pessoa existe um conforto sem semelhança. Às vezes a morte me visita e abro espaços para o drama, outras vezes vejo o amor fluir momentaneamente e para não esquecer escrevo aqui. Às vezes às vezes às vezes. 

Selos!

Eu nem sei se pode criar um selo e presenteá-lo, mas como fiquei empolgada com o meu primeiro de hoje, decidi dedicar um selo feito por mim, para aqueles blogs que transmitem intensidade em suas postagens. Como é clássico em entregas dos selos, vou dedicar para 1O blogueiros! E estes seguirão com as regras: Dedicar para outros 1O blogueiros. Avisá-los sobre a dedicação. E comentar sobre 1O coisas você. Haha, as dez coisas eu já falei aqui, estou dispensada. *-* Mas para quem indicarei não! E os blogs escolhidos são: O1. Matheus Lara (mesmo eu não conseguindo mandar comentários para ele, acho incrível a forma como ele redige os seus textos.) -  http://matheuslara.blogspot.com/ O2. Wanda (Ôh, mulher, seu blog me transmite uma paz...) -  http://distractingpages.blogspot.com/ O3. G'Stresse -   http://aprazivelirreprochidez.blogspot.com/ O4. D l-Amaral -  http://lifeofmrluck.blogspot.com/ O5. Nina -  http://assuntosdenina.blogspot.com/ O6. Ligia - http://ligialouro.blogspot.

Desabafo #I

Já presenciei muitas gerações, Terra. Já quis sonhos impossíveis.  E você mesma se encarregou de destruí-los... O quê? Formos nós? Não, senhora Milenar. Você tinha uma alternativa, mas adiou para inúmeros anos e cá estamos. Neste mal do século. Na minha geração um beijo era sinal de um casal de apaixonados e era um beijo diferente. Trevo-me a dizer um beijo mais saboroso. Ah, os compositores. Eles sim sabiam transmitir a plenitude de uma música. As notas musicais eram compostas de acordo com o meu momento, elas faziam-me libertar da escuridão decorrente. Queria que eles sentissem o que eu sentir.  Alguns ainda perseveram na conquista dos ouvintes deste século – alguns nasceram na adolescência da minha geração - tenho orgulho deles. Mas ainda não fazem como antes. É preciso muitas das vezes pegar um tiquinho de inspiração lá trás. Não precisa anotar isso não, anote apenas o necessário. Como se diz hoje faz o resumão e manda aí, ó. Antes tinha uma disputa avassaladora na conquista

Promessas

Sóbrios vultos constantes e indecifráveis, desconfortáveis e rancorosos e, contudo, dolorosos. Incógnitas perguntas e indecisas respostas. Ainda penso o porquê da vida levar a isso, na verdade eu sei a resposta, mas não consigo transpassar a minha própria vontade. Ininterruptamente não consigo equilibrar mais o meu normal, você era o meu equilíbrio, a transação do meu bem e do meu mal.  E agora esta transação desmoronou não pelo o que aconteceu, mas sim pelo que não pode ter sido feito. O defeito inconcertável. A ausência desesperada.  Um passo para possível liberdade. Descarreguei toda minha angústia e suspeita esperança na única munição da pistola, se ela falhasse é porque o erro teria a esperança do conserto, caso contrário o conserto seria minha liz de vida. O meu coração agora sabe o que você queria dizer. Não, na verdade eu minto. O meu coração agora sabe o que vocês sentiram. Olho para o espelho e vejo um homem. Um homem jovem com a barba a fazer. Com um olhar mútuo e pe

As parceiras.

Tudo acidente ou predestinação? Raízes de Catarina Von Sassen, ou acaso da vida? Imaginei algumas vezes que Tiago poderia telefonar, mas, pensando bem - para quê? O amor morto, o coração encolhido, o sexo melancólico. Tudo diminuiu até virar uma casca ressequida. Acabou-se. antes que eu adormeça cai a tempestade que se preparava. Bernardo anda não voltou. onde andará nessa chuva? Deixo a porta só encostada, quando ele vier pode entrar, na certa vai sujar tudo, deve estar enlameado e cheio de carrapichos. Quando fecho uma veneziana que batia aflita, um vulto passa correndo, meio agachado.  Na ventania, braços erguidos protegendo a cara. Uma mulher, vestido branco tatalando,  cabeleira desgrenhada. A doida da minha veranista deve ter estado no morro espiando a  chegada do temporal, agora desce nessa corrida louca, perseguida pelos raios.   depois me deito no abrigo dos lençóis, só as tábuas rangem, a chuva e o mar têm vozes_ faxnilires. Se a gente pudesse calar o pensamento, a voz do

Quanto ao futuro.

"Tanto estava viva que se mexeu devagar e acomodou o corpo em posição fetal. Grotesca como sempre fora. Aquela relutância em ceder, mas aquela vontade do grande abraço. Ela se abraçava a si mesma com vontade do doce nada. Era uma maldita e não sabia. Agarrava-se a um fiapo de consciência e repetia mentalmente sem cessar: eu sou, eu sou, eu sou. Quem era, é que não sabia. Fora buscar no próprio profundo e negro âmago de si mesma o sopro de vida que Deus nos dá. Então — ali deitada — teve uma úmida felicidade suprema, pois ela nascera para o abraço da morte. A morte que é nesta história o meu personagem predileto. Iria ela dar adeus a si mesma? Acho que ela não vai morrer porque tem tanta vontade de viver. E havia certa sensualidade no modo como se encolhera. Ou é porque a pré-morte se parece com a intensa ânsia sensual? É que o rosto dela lembrava um esgar de desejo. As coisas são sempre vésperas e se ela não morre agora está como nós na véspera de morrer, perdoai-me lembrar-vos p

Manhã de Primavera.

O amor é o sentimento mais bobo de todos, mas é o que todos querem um dia sentir. E tenho a mais plena certeza que o que senti ao te olhar pela primeira vez foi o amor. Fiquei boba e vulnerável. Tudo isso aconteceu numa manhã de primavera... Num caminho sem rumo percorria na saída do colégio, deveria ir para casa, mas não estava nem um pouco a fim de ir. Na verdade queria poder uma vez na vida quebrar um pouco as regras. Apesar de que isso não era bem quebrar uma regra. Apenas estava desviando um pouco do caminho. Meus pés estavam na terra, meus ouvidos e minha mente em... “ Running from a bad home, with some cat inside... ” Estava no modo de repetição. Quando gostava de uma música a ouvia em excesso. E a voz do cantor, a voz dele era intensa e ao mesmo tempo apaixonante. Todas as manhãs as paisagens eram as mesmas: árvores, arbustos e flores. Ah, lindas flores. Como poderiam ser tão graciosas e nos transmitir o seu aroma apaixonante sem igual? Seus formatos e astúcias sempre m