Era tão gostoso de sentir a inocência ao te ver. Encolhia os olhos só para imaginar um cenário de nós dois – não tinha beijo, mas a sensação do carinho mútuo era intensa. Sonhava peripécias fantasiosas e, com nossas mãos dadas, não existia o mundo – sinto saudade do sorriso perto do meu ouvido, ele dizia coisas bonitas. Celular a gente não tinha, mas pedacinhos de papel ainda estão aguardados lá na minha caixa do passado. Cada frase eterna e promessas que prometemos não quebrar ainda estão guardadas à espera da sua imortalidade. Sinto falta do seu aconchego e daquela margarida de beira de estrada que você me dava. Devia ter guardado ao menos uma só. Ainda me lembro das corridas e afobações que eu passava apenas pra te ver do outro lado da rua, tínhamos pressa e um tchau era o suficiente – passava a tarde inteira relembrando a cena. Venha cá, vamos relembrar os momentos bonitos que desenhamos juntos e tentar eternizar as palavras ditas com tanta inocência daqueles dias. Vamos esquecer os problemas – por um segundo – e tentar pensar apenas na gente e naquele sentimento que dividimos com tanta alegria. A gente não chamava de amor e há pessoas que chamam do primeiro amor, vou acreditar nisso, mas só por que eu passei nos sintomas de coração apaixonado: Mãos suadas, barriga gelada, pés trêmulos e palavras perdidas. Tudo isso foi misturado e deu no pensamento você. A resposta não é mais amor e sim nossos nomes desenhados naquela velha árvore do parque da escola. Gostoso era sentir a inocência ao te ver.
03h00 da manhã. O telefone toca. - Alô? - Te quero hoje. No mesmo lugar, às 20h00. - Vik?! É você? - Você sabe que sim. Te espero. - Espera! Fim da ligação. O que ele queria falar era que não dava mais. Não queria continuar alimentando aquele vício desenfreado. Fechou os olhos buscando alguma reação e esperando uma tal de coragem para impedi-lo de ir até ela, deixar pra lá. Mas não adiantou, a vida dele não deixava a dela partir. Pensou que conhecia o amor e que já tinha passado por suas fases: O encanto, a conquista, os carinhos mútuos, as decepções, as recaídas, as desilusões e o fim. É, ele pensou, mas quando conheceu a Vik, era a Vik. Estava se completando ao decorrer dos dias, o seu sorriso saia fácil com ela. Sentia bem lá no fundo, por todo o seu corpo, que era correspondido. Era um amor real, um amor recíproco, um amor achado entre tantos desamores. Sentia-se vivo. Sentia-se moço. Sentia-se poesia. Era igual trança, se completavam da maneira certa. - Ah, Vik... – A vida bri
Que lindo, Arih. *-*
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