Era uma melodia de uma bailarina. Mas ela não era uma.
Ouvia um som musical quando era garotinha. Nunca soube em qual direção chegaria ao seu encontro. Fascinava-me por completo e apesar de não escuta-lo com os olhos, eles brilhavam parecendo entendê-los. Parecia uma mistura acústica de notas de piano com notas de violino. Era deslumbrante. Olhava para o céu imenso com sua cor azul única e o sol mergulhava em minha pele pelo me corpo. O som parava e eu como uma boba ainda imaginava ouvi-lo. No entanto, à medida que eu iria crescendo o som que raramente ouvia já dava sinais de desaparecimento. Isso me incomodou por um curto e certo tempo, depois eu mesma não percebi que isso já não me importava mais. Acho que é um dos deslizes da saída da infância, você deixa coisas pequenas de lado e tenta entrar de cabeça em coisas fúteis. Não me lembrava mais da melodia. O lapso momentâneo teria se tornado, em meu cefálico, um fato mitológico. O engraçado era que sempre era apenas uma parte... A metade, um terço. Nunca a ouvia do início, nunca ouvia o seu final. Era uma melodia inacabada. Estava retornando estes meus pensamentos quando percebi o mergulho deja vù do sol, novamente, em minha pele. Ah, era o mesmo daquele dia. Uma brisa calorosa e acolhedora, que me tomava por completo. Estas memórias me cercavam na saída do meu trabalho. Isto foi injusto, estava cansada demais para dá atenção a esta epifânica. O sol continuava a me cercar. Eu continuava a andar. E tentava transparecer as idéias nos seus eixos corretos. Então minha mente parou e apenas escutei o som.
“Hoje uma mulher iria chegar cinco minutos atrasada em seu trabalho, cansada, sua mente estava atormentada com as brigas com o marido. O filho ligava, e incompreensivo, pedia sua busca na escola. Ela o pegara e levara para casa, o relógio já batera 10h05 o seu trabalho era às 10h00. Ela correu no carro. Seu celular novamente tocava, era o seu marido: - Quero o divórcio. Entrara em choque e desviava o seu carro de um gato e pelo seu atraso corria ainda mais, agora abalada, ela não a viu. Mas a moça do som saíra do trabalho no horário correto e ouviu a buzina, talvez seja o som.”
Agora novamente ouço o mesmo som; não sabia que o escutaria neste momento. Talvez seja por que eu tenha encontrado a porta de sua entrada. Mais forte. O som tornou-se mais forte. É inacreditável a continuação de sua suava melodia. Eu sorri. A música realmente é linda... Como pude ignorá-la por tantos anos? Arrependo-me. Cessou. Parou. Expirou.
Agradeço a todos os selinhos e os comentários!
ResponderExcluirVocês não sabem como isso me deixa super feliz. *-*
Irei responder os comentários em janeiro (UASHUAHSUHAU) nem tá longe, né?
Ganhei selos de pessoas super especias. Obrigada, gente. E uma ótima entrada de ano para todos vocês!
Um feliz ano novo para ti. Que cada dia desse ano que vem traga chuvas de felicidade e amor para sua vida.
ResponderExcluirAh, tem uns selinhos para você no meu blog, depois passa lá para buscar.
http://omundosobomeuolhar.blogspot.com/2010/12/abertura-do-novo-caderno.html
Beijos
Ao ler este teu texto só me faltou uma coisa: lê-lo ao som dessa música especial, desse som inconfundível que marcou toda a diferença nessa pessoa. :)
ResponderExcluirUm Bom Ano Novo! :)
Lindo esse texto, realmente muito lindo. Não só a musica deixamos de lado ao sair da infancia, mas muitas outras coisas.. Que nenhum de nós perca a criança que existe em nós. Um ótimo 2011 *-*
ResponderExcluirps. obrigada por estar seguindo meu blog, estou seguindo o seu tbm *-*
pq deixamos tantas coisas simples e maravilhosas para tras simplesmente pq estamos crescendo? temos tempo,muito tempo !, espero que nesse ano ,vamos conseguir realmente refletir sobre tudo e realmente realizar nossas metas e sonhos!
ResponderExcluirhttp://medicinepractises.blogspot.com/