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The illusion of love ( A ilusão do amor)

(Convidaria-os para ouvir este vídeo enquanto apreciam a breve leitura)

“Por entre os sonhos meus sempre a cantar... Aquela voz dos breus a convidar. Será que o sonho então não tem mais fim?” Implorava-me a imaginar a realização dos nossos sonhos e concretização dos anseios do mais íntimo toque – queríamos criar um surreal encontro e mais desejado momento. Implorávamos um ao outro a sutileza de cada detalhe e no meio dos vocais sonoros perfeitos de uma peça – criaríamos o nosso deleite da paixão. Os encontros dos nossos olhos criaram a grande ilusão do nosso paraíso e imaginamos... Imaginamos o possível que não era possível naquele momento... O sol intimidado e escondido entre o mistério do imenso mar, dar-nos-ia a beleza do seu recanto e som das ondas indicar-nos-ia que não estaríamos sós na nossa timidez. Nossas vozes encontrar-se-iam e louvariam que nosso amor não seria imutável como o mar, ou chegaria à perfeição do crepúsculo solar, mas acreditaríamos que o pensamento nos levaria longe de toda cósmica celeste e criaríamos nosso ninho.

Veríamos os tecidos deslizarem sobre nós, trazendo a cor predileta do amor - maciez da cama lembrar-nos-ia a doçura da posse de entrega de ambos os corpos e ela encher-nos-ia de pigmentos inéditos da loucura e do prazer. Contemplaríamos o poder das luzes independentes e tão momentâneas das velas – ela nos encantaria com sua glória de fogo e se apagaria com o sopro do mar – mar este travesso que ousou tocar no tímido astro solar.
Criar-nos-ia o espetáculo perfeito da nossa noite, onde nos entregaria intensamente por uma sombra. Em nossos delírios, depararíamos com a lamparina com sua ilustre luz a nos guiar para uma ponta da verdade. Imaginamos, e sem vergonha nos despirmos uma para outro, percorremos a cena arquitetada, e lembraríamos dos nossos pensamentos do nosso deleite. Fecharíamos nossos olhos e procuraríamos aquilo que tanto desejamos – buscaríamos os corações de ambos e seriamos livre para deixá-lo transpassar seus pensamentos. Imaginaríamos, imaginamos, imagine. Encontraríamos em nosso quarto de bordel os pensamentos de uma perfeita dose de amor. Relembraríamos as cenas e acordaríamos em silêncio e resignados do caloroso vendaval. Vemos no impossível o possível, e ouviríamos o som mestral das ondas e o poder solene das velas. Por que criaríamos o além da nossa pecaminosa imaginação – criaríamos nossa noite a mais amada – mesmo que seus atraentes fossem imaginados por amados loucos.


Para o projeto Bloínquês.

Comentários

  1. "Vemos no impossível o possível, e ouviríamos o som mestral das ondas e o poder solene das velas."

    Adorei.

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  2. "Vemos no impossível o possível, e ouviríamos o som mestral das ondas e o poder solene das velas."
    Arih eu adoro teu blog tu tem talento demais menina, suas palavras ~so lindas, encantadoras. Muito sucesso pra ti.

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  3. "Os encontros dos nossos olhos criaram a grande ilusão do nosso paraíso e imaginamos... Imaginamos o possível que não era possível naquele momento..."
    Adorei!
    beijos meus e um lindo dia!

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  4. Que lindo!
    Poucas pessoas conseguem descrever com tamanha beleza. Em suas mãos o cenário ganhou vida, tanto quanto os personagens, quanto a beleza exposta em cada linha. Cada ato!
    Grande beijo!

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  5. Olá!
    Tem selinho pra ti no meu cantinho!
    Passa lá!
    Beijos meus

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  6. q liiindo, amei tudo aki, mto criativo seu post.
    seguindo *-*

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  7. Opa' seguindo... "Os encontros dos nossos olhos criaram a grande ilusão do nosso paraíso e imaginamos... Imaginamos o possível que não era possível naquele momento... " Tudo tão perfeito, querida. Aproveitando, queria te passar um selinho que está em meu blog, espero que gostes! Beijinhos **

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  8. ...traigo
    sangre
    de
    la
    tarde
    herida
    en
    la
    mano
    y
    una
    vela
    de
    mi
    corazón
    para
    invitarte
    y
    darte
    este
    alma
    que
    viene
    para
    compartir
    contigo
    tu
    bello
    blog
    con
    un
    ramillete
    de
    oro
    y
    claveles
    dentro...


    desde mis
    HORAS ROTAS
    Y AULA DE PAZ


    COMPARTIENDO ILUSION
    ARIANNE

    CON saludos de la luna al
    reflejarse en el mar de la
    poesía...




    ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE ALBATROS GLADIATOR, ACEBO CUMBRES BORRASCOSAS, ENEMIGO A LAS PUERTAS, CACHORRO, FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER Y CHOCOLATE.

    José
    Ramón...

    ResponderExcluir
  9. AMEI , SEU BLOG! Sabedoria com escrita me encanta!

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  10. Que lindo, lindo , lindo demais. Amei o seu blog também, tô seguindo vc ♥

    ResponderExcluir
  11. Uma bela viagem. Adorei a maneira como foste buscar o mote para tua digressão... bela ponte criaste entre o passado, o presente e e lúcido futuro.

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  12. (A ilusão do amor)
    deixa de ser ilusão,quando se sente profundamente,que o amor, vive no coração.

    Obg.pelas tuas palavras no meu espaço
    Beijo

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  13. Que fantástica, esse texto e que maneira gostosa de se expressar.
    Parabéns e obrigado pelo comentário em meu Blog.
    Estou te seguindo, Sucesso!

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  14. olha eu não sei o que dizer , afinal , sua palavras e o amor ai mostrados e dedicados , foram o que me calaram . És uma escritora ;) !
    NOTA 10 com estrelinha !

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  15. Arih, que texto lindo. Realmente lindo. Amei!
    Flor, tem selinho pra ti no meu blog.
    http://luciana-bernardo.blogspot.com/2011/01/selo-de-qualidade.html
    Espero que goste. beijo ;*

    ResponderExcluir
  16. Que bela gramática.
    Achei lindo você ter feito o casal imaginar um cenário perfeito enquanto eles estavam numa cama de bordel, isto é o amor. Lindo lindo!

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  17. Ficou lindo. Qual é a sua inspiração para escrever coisas tão românticas? Coloca o meu blog na lista do "Tento Decifrá-los"?

    Gostei do seu comentário


    Beijos e fique com Deus

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  18. Ótimo texto,boa sorte no projeto o/

    Beijos

    ResponderExcluir
  19. Tem alguns selos para você lá no meu blog. Depois passa lá para buscar!

    http://omundosobomeuolhar.blogspot.com/2011/01/reaprendendo-voar.html

    Beijos

    ResponderExcluir

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