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Pensamentos



Pedimos um momento de silêncio em memória das nossas fraquezas. Enlacei-o com meus braços como uma segurança infinita, ele me protegeria do que fosse preciso, acreditava nisso, enquanto suas mãos asseguravam em meus cabelos claros como carícias dadas a uma delicada flor. Mas, as pétalas da pequena flor se desmanchavam em seus braços, não pude conter as lágrimas – de emoção ou de tristeza – em seu recanto, me desmanchei como uma bruma e tentei encontrar novamente um refúgio mútuo em seus braços. Ele parecia entender, bem, esperava que ele entendesse meus sentimentos naquele instante. Estava decidida a entrar naquele carro e procurar – eu mesma – meu destino; mas, ele me deteu e fez-nos um enlaço de momento. Ninguém se atreveu a quebrar nosso silêncio, apenas as folhas de outono se atreviam a cantarolar o canto de sua glória, a árvore parecia ordenar seus galhos a balançarem no momento da nossa insolidão.
Talvez, com um pequeno esforço, decifrasse o que ocorria em seus pensamentos enigmáticos, será que ele pensara a mesma coisa? Eu não sei, pensei por um breve momento nas duas plantinhas que nós dois tínhamos plantado. Elas simbolizavam o crescimento do nosso amor, na verdade, o crescimento e os anos do nosso casamento – elas existiam desde a nossa chegada em nosso lar. Uma nostalgia quebrantou-se dentro de mim e naquele período de entrega, relembrava os momentos que tínhamos passado em nossa casa. 
E cheguei à nostalgia presente; família, amigos, amigas... Influências. Tudo isso misturado é a receita de uma perfeita e amarga discussão. Segredos discutidos apenas entre amigos, viam a tona ente às amigas e os desgostos de influências eram presenciados com as famílias. Mas, tínhamos guardados estas mágoas dentro de nós e explodidos como uma dinamite na tarde de outono. Então, eu abri meus olhos e vi que nem tudo estava perdido. Afinal, nós dois iríamos levantar nossa própria família. Acho que sorrimos, eu não lembro bem. Entrelaçamos e saiamos daquele estado de êxtase impactante e tentamos retornar a nossa casa. Passaríamos pelas plantas intactas, elas teriam sobrevivido a brigas, trovoadas e ensolaradas de verão. Por que não poderíamos agir um pouco como elas?  E elas são seres vivos, apesar de serem vegetais. Bem, é melhor eu não pensar nisso agora. Então, ele sussurrou no meu ouvido.

- Onde você vai quando está triste? - sua voz sempre me fez estremecer.
- Para nossa cama. – sorrimos.
- Acho que ela espera por nós - ele concluiu. 

Seguimos para o meu refúgio, nosso refúgio, quando fugimos da solidão. Acho que as plantinhas não teriam esse refúgio; no entanto, suas raízes se conectariam de alguma maneira, como aconteceria em alguns minutos conosco.


Para o projeto Bloínquês.

Comentários

  1. Lindo...*-*

    Eis o amor; que cria feridas que só ele pode curar...:)

    Amei de verdade Arianne. o/

    Hey, tem selo e quetionario pra você lá no meu blog. Espero que goste...^^

    ~> Beijusss...;*

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  2. Adorei! Muito lindo, querida **

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  3. Awn que coisa fofa! Amei demais esse texto e desejo muita sorte no Bloinques :)

    Enfim, obrigada pela visita e volte sempre. Beijinhos <3

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  4. Nossa, lindo!
    Beijos meus

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  5. Nossa,que sensanção bacana que eu senti após ler esse texto.
    Espero que eu me sinta sempre quando vir novamente aqui.Beijos Arianne.

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  6. Wow, adorei! Também me senti melhor quando li o texto! Merece o premio da comunidade.

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  7. Excelente post...O texto é lindo demais.

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  8. Muito lindo Ari, boa sorte viu? Nas duas edições, rs'*-*

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  9. Ahh, ficou lindo!!! Todos os seus textos são gloriosos! Esecreve um livro sim *-*
    parabéns! beijos!

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  10. lindo lindo *-*

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  11. Que lindo este texto! A prova que o amor vence tudo *-*

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  12. Apesar de não gostar muito de textos relacionados a projetos, o seu está simples e encantador. Contudo, creio que este ainda não é seu nível, ficara um tanto limitada ao tema. Lendo outros contos seus, vejo o quão escritora você é.

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  13. Victória Resende15 janeiro, 2011

    Hey, Ari, de onde você tira tanta inspiração, tem mais um bocadinho? rs.
    Muito bom mesmo, moça. Gostei muito.

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  14. Ahh, meus parabéns pelo Bloínquês, sua história é mesmo muito boa.
    Pretendo estar por aqui sempre.
    Seguindo (:

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  15. Mereceu estar entre as três melhores; seguindo (:

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  16. perfeito o texto, e obrigada pela visita ao THE GIRL WITH THE BROKEN SMILE e se puder tente seguir de novo as vezes da estas doideira de ñ conseguir seguir e sempre que eu puder estarei aqui.

    Bjs

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