Pular para o conteúdo principal

30days: 19. Estabilidade


Estou me comparando a um livro incompleto. Porque, todos os dias, estou escrevendo um final diferente e permitindo novos personagens dentro da minha história. Se tenho medo dessas novidades? Todos os dias são novidades e ainda continuo aqui - pronta para pular de um paraquedas. Estou gostando de correr do perigo e encontrar a salvação logo após aquela ponte com uma corda bamba no meio do caminho. Eu gosto do perigo, da adrenalina, do caos. Me encontro no escuro dessas noites mal-dormidas e ao dançar em frente ao espelho como uma louca sem limites. Sempre estou querendo uma conversa rápida, um abraço que nunca foi, um beijo demorado e uma música para tocar o coração. Sou como uma menina que acabou de sair da proteção dos pais e quis correr o mundo inteiro em um dia. Estou entre aquela dúvida e a certeza - aquele impulso que nos coloca pra frente. Estou entre o olhar e o suspiro de tensão. Estou com aquelas certezas embaralhadas e, por enquanto, quero deixá-las onde estão. Sou estável.  Porque eu sou erro, acerto, dúvida e tentativa - sou um ciclo em eterna metamorfose. 



30 dias de escrita, dia 19 (Seja uma pessoa totalmente diferente de você).
Obs: Para quem está acompanhando o projeto e estranhou os dois últimos dias não terem texto por aqui, não se preocupem, eu postei lá na page do blog! Por isso é importante (caso você queira acompanhar a risca) você curtir a fanpage! Aqui tá os links: DIA  17 e  DIA 18.



Comentários

  1. "Estabilidade" http://eppifania.blogspot.com.br/2013/05/30days-19-estabilidade.html via eppifania

    ResponderExcluir
  2. A gente sempre se estranha em meio às veredas da vida. Estranhamento que nos permite conhecer melhor o que há dentro de nós. Somos almas cíclicas, passíveis de mudança, abstraídas da perfeição que impera no divino. Somos Instáveis, seres imperfeitos que buscam o melhor de si. Somos tudo e somos nada. Descaminhos e caminhos.

    Projeto interessante. Pena que não pude acompanhar.

    Beijo querida!

    ps: tem texto novo no blog. =D

    ResponderExcluir
  3. ''um ciclo em eterna metamorfose.." isso!

    ResponderExcluir
  4. Adorei! Me identifiquei. Muito lindo mesmo, parabéns!

    http://domingo-chuvoso.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  5. muito bom o texto flor,parabens

    http://umpoucodetudo99.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  6. putz, amei tanto isso <3
    deve ser porque senti uma identificação profunda!

    beijos!

    ResponderExcluir
  7. Acho legal que a cada texto você nos indica ou coloca como tema musical uma música, é uma diferença que tens dos outros blogs de texto. Adorei este, por sinal, me identifiquei (:

    Blog: Just Babis (:

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente, opine, critique.

Postagens mais visitadas deste blog

Eduardo e Mônica*

Fim de tarde. Ônibus lotado. Legião Urbana. A menina ouvia sua música predileta enquanto lia seu livro predileto, o menino ouvia sua música predileta enquanto segurava sua ânsia de chegar em casa e ligar seu computador para jogar. Ela estava sentada e mergulhava dentro do seu mundo, ele estava em pé e seus dedos inquietos rebatiam o apoio do ônibus.  Sinal verde, sinal amarelo, poff... O ônibus freou e aquele mp3 velho do menino caiu sobre o livro aberto da menina. Os passageiros tentaram se recompor, mas os ouvidos da garota captaram a música daquele mp3 velhinho. O menino se desculpou, ela disse que ele não tinha culpa e sorriu. Ele não tinha jeito para sorrisos e, quando sorriu, ela notou que era verdadeiro.  O velhinho do lado da menina ficou brabo e se levantou para resmungar contra o motorista, ele não tinha nada a ver. Senta do meu lado, convidou a menina. Ela não sentiu vontade de saber tudo sobre ele naquele momento, ela só queria tentar roubar outro sorriso dele. O velhinho

O nome dela é Júlia

Vagalumes Cegos by Cícero on Grooveshark      O cheiro dela sempre estava em mim. Eu, deitado naquela minha rede barata na varanda, escutei suas batidas na porta. Como sabia que era ela? É porque ela batia sem espaço de tempo, como se estivesse fugindo da morte e ali era a salvação. Fui montando o meu sorriso que era dela e chamei de meu dengo.  Encaixei meus dedos nos dela e a puxei ao som de Cícero.   Não, isso não acontecia todos os dias e nem sempre meu humor estava naquela medida, mas esqueci de mim um pouquinho e brinquei com ela.  Dancei com ela durante alguns segundos: aqueles seus olhos fechados, corpo leve e sorriso nascendo. Ainda não disse o nome dela, não foi? O nome dela é Júlia. Júlia de 23 anos, ainda voava como criança e tinha um dom de pintar um quadro mais louco que o outro. Finalmente ela ficou sem fôlego e correu para cozinha. Escutei da sala a geladeira se abrindo e a água sendo colocada num dos copos americanos.

As minhas aventuras com Eduardo Galeano l Resenha #01

Memorizar datas sempre é uma tarefa difícil para mim, por isso que eu não quero arriscar uma data específica do dia que conheci, de fato, o escritor Eduardo Galeano. Chuto dizer que o conheci em meados de 2010, e o lugar do encontro não poderia ter sido melhor: numa biblioteca pública do estado de Pernambuco, localizada no centro da cidade do Recife. Foi através de um amigo que pude conhecer Galeano e os seus infinitos abraços através de grandes histórias.   Uruguaio, Eduardo Galeano (1940-2015) traz em seus textos uma mistura de inquietações que nos são poeticamente compartilhadas. A beleza, a emoção e o sofrimento sendo descritas em poucas linhas e que nos transbordam com reflexões. A minha primeira leitura de Galeano foi “O Livro dos Abraços”, da editora L&PM, com tradução do Eric Nepomuceno. E, segundo o tradutor, Galeano foi o único escritor a revisar com ele todas as linhas das obras traduzidas antes de serem oficialmente publicadas no Brasil. Isso mostra o carinh