Cometi dois
grandes erros quando conheci Isabelli. Me apaixonei pela sua resposta rápida,
seu senso crítico e pela sua independência misturada com a sua beleza natural
que me fazia questionar se ela era real ou não. Aqueles cachos que me rendiam
um cheiro de casa arrumada e sexo em qualquer hora do dia. Aqueles seus lábios,
não tão moldados, mas que me prendiam ao êxtase ao pegá-la mordendo o seu lábio
inferior após ouvir uma pergunta chata ao nível do chefe do trabalho. É,
Isabelli me rendeu esse primeiro grave erro. O erro dos meus olhos se renderem,
da minha vontade aumentar, do meu corpo suar. O segundo erro foi não
considerar sua desculpa esfarrapa de sair mais cedo do barzinho por conta da
saúde de sua mãe. Descobri mais tarde que ela mora sozinha e que tinha medo de
sair à noite.
Isabelli tão
erótica me fazia gozar por dentro com o seu andar de uma inocência fingida e
com um salto alto de uma mulher. Parecia estar à espera do seu homem ou do
homem que correspondesse aos seus olhos com puro fogo dentro de um quartinho de
quinta categoria ou daqueles banheiros sujos de restaurantes assistidos em
filmes - essa última cena sempre me vinha à cabeça quando ela pedia licença
para ir ao banheiro e demorava uns quinze minutos e vinte segundos para voltar.
Sim, teve uma noite que eu fiz questão de contar - aqueles minutos me levavam
ao delírio porque eram os minutos suficientes para uma boa trepada.
Mas ao
observar melhor Isabelli, notei que eu gostava daquele seu batom vermelho em
seus lábios não tão bonitos e do sinal em suas costas. O corpo de Isabelli, na
verdade, o seu formato, era tão bem desenhado que minhas mãos poderiam
mergulhar em suas curvas e me perder entre elas sem nenhum rancor. Meus
pensamentos se estendiam porque Isabelli atendia os telefonemas aos sussurros e
saia com pressa para um canto mais reservado. Fiquei sabendo que ela gostava de
rosas vermelhas com um bilhetinho secreto para ficar se gabando no outro dia
nos corredores do trabalho. Escolhi as melhores rosas e o melhor bilhete. Não
queria mais fantasiar como Isabelli beijava, gemia ou trepava numa cama.
Recebeu as flores com o maior sorriso do mundo e sua amiga sussurrou que
aquele cara do bilhete só queria sexo. Bem, ela respondeu que isso poderia ser
uma boa ideia.
Contudo,
meus amigos, Isabelli não parava de esconder seu sorriso frouxo dentro do carro
e nem parava de olhar ao retrovisor para conseguir olhar pra mim também. Um olhar
de carinho com mistura de sacanagem. Mas, dentro do quarto, ela foi fazendo
charminho e ficou meio perdida ao tirar as primeiras peças de roupa. Aquele
quarto de motel mediano que nem era uma ou cinco estrelas, mas que cabiam nós
dois no meio daquela cama bagunçada e um cheiro leviano de sexo. Sem janelas,
sem ventilador. Apenas nossas roupas jogadas ao chão e um livro de Bukowski
aberto ao lado de sua bolsa largada por ali. Calma, eu falei. Mas ela abria um
sorrisinho e pedia para continuar. Depois de uns minutos descobri a verdade:
Complexo de pinto. Escondia o rosto quando me via nu e senti no ar aquele
sorrisinho falso querendo encobrir a vergonha do não sei o quê. Transar era no
escuro. Não queria ver o que acontecia. Estava disposta, mas apenas de olhos
fechados e só na posição tradicional. Aquela não era a Isabelli que me dava
tesão. Fui tentando relembrar da Isabelli sensual, erótica, mulher. Dentro de
uma noite e outra.
Mas não
adiantou. Isabelli também tinha um sorriso que me dava paz, um perfume que me
levava para uma varanda com rede e os seus cabelos encaracolados me levavam ao
paraíso só em deitar minha cabeça sobre eles. Depois de um sexo estranho,
perturbador e, incrivelmente, gostoso, ela se deitava de uma maneira
espetacular sobre mim e dava para admirar aquele sinal em suas costas. Uma cena
que merecia uma recordação: aquele seu suor e a boca entreaberta, o seu
perfume que ainda perdurava entre algumas horas. Isabelli não era uma fera na
cama nem um anjinho também, mas me fazia pensar sobre a vida e de como era bom
ter um momento sossegado em um quarto limpinho de uma mulher ainda não tão
resolvida.
Essa é a
minha Isabelli.
"Isabelli" -http://eppifania.blogspot.com.br/2013/08/isabelli.html via @ariannebarromeu
ResponderExcluirGente. rs
ResponderExcluirPrimeira vez que te vejo escrevendo com essa temática, esse estilo... Adorei, Arih! Muito bom mesmo.
Beijos! :*
Eu gosto de escrever contos desse tipo, é quase no estilo daquele conto que escrevi "Infidelidade". hahaha Fico feliz que tenha gostado. haha
ExcluirEla demora para aparecer, mas quando volta sai arrebentando tudo pela frente. Que conto é esse? Uma das melhores coisas que me dispus a ler ultimamente. A sensação de ler teu texto foi a de querer ser personagem dele, ou de querer ser dona dessas palavras caprichadas que você escolheu. Sensacional, me deixou boquiaberta e sem palavras.
ResponderExcluirPublique logo um livro, pelo amor!!!
Sem palavras para esse comentário lindão, May. Você é muito querida! Obrigada!! ^^
ExcluirGen-te eu mandei um conto parecido pro Daniel (que ele também não respondeu hm) mas que fala de sexo assim. Que medo. Que medo
ResponderExcluirMAS TA LINDO ARI <3 cê arrasa
Sério?! :O
ExcluirCê já publicou no seu blog? É muito estranho isso dele não ter respondido, porque ele falou que responderia quando lesse e tal. Faz mais de um mês. hm
Enfim, MUITO OBRIGADA, NANDA <3
Olá Arienne!
ResponderExcluirÉ a primeira vez que venho ao teu blog e os meus Parabéns, estou a gostar muito do que estou a ver.
Aceitei o convite para aderir à comunidade, que me foi enviado por ti e vim conhecer o blog. Senti curiosidade e depois de ler este conto, cujo qual, gostei muito, tornei-me seguidora para retornar aqui mais vezes.
Em relação ao conto, gostei muito de o ler. O autor consegue pretender-nos, criando a expectatica que entre ele e Isabelli poderá surgir um romance. Porém, não passa de uma paixão intensa e fugaz, que tem curta duração. Pelo menos, assim fica subentendido.
Parabéns ao autor e a ti, obrigada por teres postado este conto.
Gosto deste tipo de literatura.
Se quiseres conheceres os meus blogs, deixo os links e agradeço a visita...
http://oqueomeucoracaodiz.blogspot.com
http://jakeemary.blogspot.com
http://redfeatherlovetales.blogspot.com
http://espacoconscienciapura.blogspot.com
Obrigada.
Abraços,
Cris Henriques
Vou visitar, sim, Cris. E obrigada pelo seu comentário, também quero dizer que o autor do conto sou eu. hahah
ExcluirAh, voltou muito bem, tá ótimo.
ResponderExcluirE é de certa fora fora do clichè, já que por experiência própria e considerável( nossa, sinto que estou me gabando, não é a intenção) acontece muito mais da mulher quieta e tímida... ter bastante a oferecer.
Ao mesmo tempo você trabalha muito bem a fantasia masculina.
Acho que não posso dizer que é bem assim, mas passa bastante a ideia.
Muito obrigada, Luiz! ^_^
ExcluirVoltou muito bem haha
ResponderExcluirQu texto lindo eiim Ari haha
aidadetaoesperada.blogspot.com.br
Obrigada, Nay. ^^
ExcluirJá estava com saudades dos seus textos. Perfeito, como sempre.
ResponderExcluirBeijinhos
www.burguesinhas.com.br
Eu amei, amo ler seus textos, sou sua grande admiradora *-*
ResponderExcluirVocê sempre manda muito bem, Ari... Adorei!
ResponderExcluirBlog | Facebook
Bravo! Bravo! Que delícia de texto, criatura. Que maravilha de talento que você tem. As palavras foram brilhantemente dosadas pra nada passar do ponto. Por momentos quis ser a própria Isabelli, em outras, só pensei em ter alguém feito esse cara, alguém pra admirar até o sinal que eu, por coincidência, também tenho nas costas. Estou encantada por esse conto. Parabéns.
ResponderExcluirp.s: o Eppifania tá na lista de favoritos no meu computador mas eu nunca havia seguido ou comentado aqui. Eu ficava observando de longe, quietinha, como uma criança que observa os adultos conversando. Risos. Aqui é lindo, MUITO! <3
Visite-me quando puder e quiser. Beijos.
http://sararsc.blogspot.com.br/
Ah, muito obrigada, Sara! Ler esses comentários são tão fortalecedores e me carrega ainda mais vontade de escrever. Sem paralelos ou anseio. Muito obrigada!
ExcluirObs: Irei visitar, sim. ;)
Ualll que texto :O
ResponderExcluirAdorei, você escreve muito bem
Beijo
www.sonhosdebrigadeiro.blogspot.com
Muito obrigada, Amanda! ^^
ExcluirTexto apimentado e com uma linguagem super atual. "Isabelli"
ResponderExcluirbeijao flor
simplesevaidosa.blogspot.com
Parabéns pelo texto! Ficou muito bom mesmo, incrível... www.psmilena.com
ResponderExcluirSabe que eu sou super preguiçosa pra ler textos, mas o teu me pegou no início e quando eu vi já tinha lido tudo.
ResponderExcluirQue escrita gostosa, adorei.
www.maipm.com
Ah, que coisa que é voltar pra blogsfera e logo de cara me deparar com um texto desses, da até vontade de nunca mais ir embora. Ah Ari, você é intensa, singela, doce e ainda assim consegue transmitir esse quê apimentadamente mágico do conto. Amei.
ResponderExcluirEspero que ele te responda logo, porque esse texto merece uma respostona. hunm!
http://denovomaisumavez.blogspot.com.br/
ah... desse eu já te falei via inbox. Mas repito, é um estilo com muito potencia. E você, se praticar, faz com mais talento ainda. Depois que pude conhecer melhor escritos parecidos, mais sucintos, teu texto se encaixou com mais louvor na proposta. Hoje vejo com bons olhos. Mas minhas observações, as ultimas, continua. No mais, é muito bom mesmo.
ResponderExcluirBeijos querida!!
Saudades daqui...
Obrigada por me prender lendo seu texto, como sempre <3
ResponderExcluirDe: Adolescente Para: Adolescente
Um lindo texto, a quimica do falar, do respirar, do andar é q dá paz qos buscam os amantes, o riso solto e liberto signigica te amo, t gosto, adorei o seu jeito maneiro de dar mais um recado de amor, por isso o tio Castanha é um viciado em ler oq vc escreve dxo bjos, bjso e bjossssssssss
ResponderExcluirEsse texto é incrível, Arianne. Adorei ler cada palavra. E não é a primeira vez que leio haha sentindo falta de mais contos.
ResponderExcluirBloginfinitamente.blogspot.com