A janela estava aberta, mas não poderia contemplar seu quadro natural. Suas mãos eram as duplas de guias e orientavam-na com intensidade ao auxílio dos seus toques ao decorrer do caminho. Sentia-se às vezes desprezada pela frieza de alguns seres inanimados, ou pelo afastamento aconchegado de uma conversa na praça. O recanto primordial do seu afastamento secreto de todos os olhos vivos seria realizado na sua árvore sem visão. As lembranças das palavras paternais ainda seriam lúcidas em sua mente, ele convencerá sua mia, de que não estaria sozinha nesse mundo perronho, e que aquela árvore sofrera do mesmo mal que a vida lhe tirara – a visão. Os humanos decidiram cortar-lhe a visão do grande céu. Mãos alvas, talvez de porcelana, desdenhavam com seus minúsculos dedos aquela crosta incerta do vegetal. Uma comunicação desconhecida podia-se sentir, por que ouvir apenas elas ouvia ou fingiam intraduzir. Olhos mundanos se desapareciam em meio à multidão do verde florestal, e sua intimidade junto com a entrega dos mais temidos dos sentimentos, desabrochava-se em meio aquele silêncio importuno. Possivelmente, a pequena moça dos cabelos mais claros que margarida se dispusera a perdoar todos os imperceptíveis in-agradecimentos que a multidão insana a cometia.
Talvez ela não fosse tão incapaz de enxergar aquilo avante, mas fosse realmente incapaz de entender por que é aquilo que o homem vê. Suas meditações especuladas ao extremo da inércia e a incapacidade de expressar-se pelos seus mais íntimos sentimentos, se voltou a demonstrar-se em toques volúveis e gracejados dedos estreitos e fraquinhos de expressão. Desejou não sentir os passos preocupantes e interessados a não serem notados – cochichou à sua amiguinha – e propôs o silêncio. A sombra mental demonstrava o sentimento de vergonha, talvez por despertar a atenção maior para os olhos quietos da ceguinha. Questionou-lhe sua presença ali, sua voz incerta demonstrava que nenhuma resposta caber-se-ia a situação. Desprendendo-se do seu mundo mútuo com a árvore, suas mãos flutuavam pelo ar – quietos e retos – enquanto dar-se-ia passos a sua frente, seus pés apenas rastejavam poucos centrípetos em sua maior estrada e galhos secos ainda atreviam-se a gritar seus martírios. Mãos experientes em toques e sentimentos prosseguiram em sua identificação ao sujeito estrangeiro, sentiu formas onduladas em grandes proporções, sentiu que onde deveria – ou pelo menos – abrigar fios de cabelos, não encontrava. Olhos entrelaçados, e uma cor vivida de sem vida não demonstrava o desespero típico ou as vozes tremulas das mãos horrorizadas com a expressão sentida. Ela sorriu, e acrescentou-lhe o convite a sentar-se aos pés da cegueira do céu. Perguntas e inúmeras perguntavas nasciam entre eles ali. Necessitava conhecer o mundo sem luz com janelas abertas, ou desvendar a cor predileta dos seus olhos ressecados e inertes – almejava a resposta da forma de sua solidão, sonhava na resposta de sentir o que seus dedos sentiram.
Talvez ela não fosse tão incapaz de enxergar aquilo avante, mas fosse realmente incapaz de entender por que é aquilo que o homem vê. Suas meditações especuladas ao extremo da inércia e a incapacidade de expressar-se pelos seus mais íntimos sentimentos, se voltou a demonstrar-se em toques volúveis e gracejados dedos estreitos e fraquinhos de expressão. Desejou não sentir os passos preocupantes e interessados a não serem notados – cochichou à sua amiguinha – e propôs o silêncio. A sombra mental demonstrava o sentimento de vergonha, talvez por despertar a atenção maior para os olhos quietos da ceguinha. Questionou-lhe sua presença ali, sua voz incerta demonstrava que nenhuma resposta caber-se-ia a situação. Desprendendo-se do seu mundo mútuo com a árvore, suas mãos flutuavam pelo ar – quietos e retos – enquanto dar-se-ia passos a sua frente, seus pés apenas rastejavam poucos centrípetos em sua maior estrada e galhos secos ainda atreviam-se a gritar seus martírios. Mãos experientes em toques e sentimentos prosseguiram em sua identificação ao sujeito estrangeiro, sentiu formas onduladas em grandes proporções, sentiu que onde deveria – ou pelo menos – abrigar fios de cabelos, não encontrava. Olhos entrelaçados, e uma cor vivida de sem vida não demonstrava o desespero típico ou as vozes tremulas das mãos horrorizadas com a expressão sentida. Ela sorriu, e acrescentou-lhe o convite a sentar-se aos pés da cegueira do céu. Perguntas e inúmeras perguntavas nasciam entre eles ali. Necessitava conhecer o mundo sem luz com janelas abertas, ou desvendar a cor predileta dos seus olhos ressecados e inertes – almejava a resposta da forma de sua solidão, sonhava na resposta de sentir o que seus dedos sentiram.
- Você chora? – uma das aleatórias perguntas inusitadas do rapaz.
- Em qual sentido? – retrucou a moça.
- De tristeza, alegria, felicidade, de perda! Seus olhos são impedidos de ver o mundo, são impedidos também de senti-lo?
- Sentimos com o corpo e se enganamos com os olhos.
- Você não é cega, talvez se passe por uma, mas cega não és. Posso sentir seu olhar – impiedosamente – sufocar o meu.
Interessante esse texto. Ao ler me deu a sensação de estar lendo o meio de uma história, como se a primeira parte estivesse em outro post e q nào acaba qndo chega ao fim. Talvez seja apenas uma sensação ou talvez seja o seu estilo de escrever, de qualquer forma parabéns
ResponderExcluirVocê escreve muito bem, parbéns ^^
ResponderExcluirestou seguindo também
Oi querida! Há quanto tempo não venho aqui! Saudades!
ResponderExcluirbjinhos
Que excelente texto!! Escreves muito bem doce amiguinha!! Um enorme beijinho e um optimo domingo para ti querida!!
ResponderExcluirUm belo texto pra começarmos bem a semana,,,,beijos de boa semana pra ti.
ResponderExcluirNossa. Profundo eu diria. E reflexivo também.
ResponderExcluirUma ótima semana para você.
Beijos
Muito bom!
ResponderExcluirProfundo.
Beijos meus e um ótimo domingo!
Você escreve muito bem!!!
ResponderExcluirGostei muito dessa frase...
O recanto primordial do seu afastamento secreto de todos os olhos vivos seria realizado na sua árvore sem visão.
Parabéns pelos selos nas edições da Bloínquês.
Foi merecido.
Beijos, seguindo você também!
Mais um belo texto, vc encanta aos poucos a gente vai se aprofundando, vai gostando, vai querendo + e+, uma belezura passear por aqui, pra bjos, bjos e bjossssssssss
ResponderExcluirSeu blog e seus textos me encantam *-*
ResponderExcluirTudo em extrema perfeição por aqui...
Tenha uma semana colorida! :*
Ahh, voce escreve muito bem *-*
ResponderExcluirE passei também pra avisar que indiquei um selo pra você no meu blog.
De uma subjetividade muito bacana, sem exarcebações, tudo no ponto. Sem contar a estrutura que está muito agradável de ser ler!
ResponderExcluirO final é adorável, me encantou!
ResponderExcluirParabéeeeeeeens flor, bela escrita ;D
Deia, minha flor. É um aconchego vê você por aqui. *-*
ResponderExcluirFico muito feliz por todos que comentaram aqui realmente leram meu conto, apesar de que minha pessoa não gosta dele. E isso não é manha, gente. Mesmo assim, obrigada pelo carinho. >u<
Profundo não?! ..rs..
ResponderExcluir- que forma incrível a sua de escrever, estou encantada.
ResponderExcluirArih, sua escrita me encantar.
ResponderExcluirAmei o texto. Lindo como sempre.
E obrigada pelo selinho, mas eu já havia postado ele no blog, e inclusive você era uma das indicadas '-' rs
beeijo ;*
Senti. :)
ResponderExcluirhttp://vemcaluisa.blogspot.com/
parabéns, você escreve muito bem!
ResponderExcluirwww.cupcake-bruna.blogspot.com
do que adianta ver o mundo sem senti-lo... (foi isso que me transmitiu, mas será que foi o que tu quis dizer?) um texto bem reflexivo. Parabéns pelo blog. :)
ResponderExcluirGosto de ler as suas palavras que sempre são tão fundas. Mas não ocas, apesar de que quando as leio, tenho a impressão de que elas ecoam nelas mesmas e ecoam em nós igualmente. Mantendo uma voz constante que reverbera mesmo depois da leitura, impedindo o esquecimento. Parabéns menina, escrever assim é incrível tanto para o autor, quanto para o leitor. Impossível não 'misturar um pouco de verbo sentir' em seus textos.
ResponderExcluirBeijo grande.
Sempre que venho ao seu blog me deparo com textos lindos e com uma lição de vida. Adoro o seu jeito intelectual de escrever, acho digno, rs.
ResponderExcluirParabéns mais uma vez.
Beijinhos!
Obrigado pela sua epifania no meu blog. Grande abraço e tudo de bom.
ResponderExcluirUma história linda, que me fez pensar nos cegos e nas dificuldades que vivem por não terem a visão límpida das coisas!
ResponderExcluirOlá Ariane, obrigado pela visita ao Mistura Indigesta, segue o link da postagem que compara Kafka a Liz Gilbert, que você pediu.
ResponderExcluirhttp://misturaindigesta.blogspot.com/2009/11/de-kafka-liza-gilbert.html
Bjs!
Oi Arianne, obrigada pela visita. Mas não sei se vou continuar aquele conto. Gosto de finais assim, quando nós mesmos podemos decidir o que acontecerá com os personagens principais. Mas posso pensar em continuar não só esse mas outros contos que 'terminaram' assim também. Qualquer coisa eu aviso. :)
ResponderExcluirSeu blog é lindo, voltarei aqui mais vezes.
Beijoos
Mandy
Beijo carinhoso de bom dia pra ti querida amiga...
ResponderExcluirBem expressivo esse texto,gostei mesmo.Beijos para você e seja feliz.
ResponderExcluirhttp://sagaaureola.blogspot.com
Oi passando para espiar que coisa mais linda!! Lindas palavras, maravilhoso!
ResponderExcluirSeguindo-te, se puder passa espiar o meu, não escrevo mais espresso em imagens com mensagens...boa tarde
http://bydih.blogspot.com/
Vocês não sabem como fico feliz com os comentários de análises e críticas sobre meu blog e textos. Em breve responderei todos vocês! ^^
ResponderExcluirDe passagem rápida, me deparo com esse texto lindo cheio de sentimentos... como não comentar não é mesmo?
ResponderExcluirGosto das tuas palavras da forma como expressa os temas.
Um lindo blog.
Beijo
Quanto sentimento Arianne, adorei,
ResponderExcluirParabéns.
Você é extremamente culta ao se expressar!
ResponderExcluirFiquei admirada! Meus parabéns...
E sem falar do tanto de sentimento que esse texto transmite aos leitores.
O conteúdo é lindo e nos faz refletir por um bom tempo,
parabéns, de verdade!
bjss'
Você escreve magnificamente. Confesso que você está me surpreendendo.
ResponderExcluirAmei essa frase: "Sentimos com o corpo e se enganamos com os olhos"
Beijos
Comentando de novo aqui!
ResponderExcluirObrigado por comentar lá no blog... volte sempre!
Bom já comentei esse post, e gostei muito do seu texto, você escreve muito bem.
Parabéns
Beijos
Zé
Querida tem um selinho para vc lá no meu blog!
ResponderExcluirEspero que goste!
Beijo carinhoso de bom dia pra ti querida,,,,
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirgostei do teu blog, da idéia proposta. Está bem escrito esse post e é de uma mórbida beleza! parabéns pelo talento! seguindo-te também.
As vezes somos surpreendidos com excelentes textos como esse.
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