Passos cansados pelo tempo e desgastados pela trajetória de vida, rastejavam poeira em meio a seca. Um zumbido oco ouvia-se ao relento, enquanto as memórias se desagregavam aos poucos do passado. Um sussurro, outro e outro eram ouvidos constantemente em sua memória, desejara esquecer alguns empecilhos que a regrediram em sua vida. Talvez visse em sua estrada um caminho infinito a seguir, talvez nesse infinito a resposta encontrasse para seu desespero sem fim. Permitia-se sentir saudade do aconchego familiar que antes sentira, apesar das injurias que seus olhos traziam como remorso de uma vida infeliz. A existência permanente do seu bombardeamento sanguíneo era a resposta para sua árdua fuga de um passado traiçoeiro e perspicaz da vida. Seus lábios secos era uma passagem para sílabas intelectuais que se calavam em meio à solidão. Caminhava, caminhava, caminhava.
Não tinha um percurso correto e rígido a seguir, esperava com paciência a soberania divina trazer seu destino que tanto procurava, desejara sentir a mão impiedosa cair sobre seu corpo e não mais parar. Seus suspiros eram desconcertantes, demonstravam um frio que não era sentido ali. Então sentiu o insensato e impiedoso fragmento do passado. E viu em suas mãos um sangue doentio escorrer sobre seus dedos alvos e minúsculos – desesperou-se pelo reconhecimento da perca que sofrera. Derramou-se em lágrimas sangrentas e ralou de seu próprio sangue seus joelhos na terra batida – viu ao longe uma cena esquecida. Seus olhos, anteriormente, secos se quebrantavam na amargura das lágrimas sangrentas e se ridicularizaram pelos gritos assistidos de crianças ao longe. Sua compreensão se limitava em cada grito de horror que aquelas crianças explodia e sua consciência doentia a importunava como um martírio em declínio. Tentou levantar-se, mas algo a segurava violentamente naquela terra. Não suportara mais a insolência da misericórdia que seu corpo prestava – uma mão pequena a segurou pelo vestido enquanto novamente tentava-se reerguer.
Sua voz assemelhava-se a de uma criança e seu corpo seguia pelo mesmo conceito, ele dizia bem baixinho que aquela era sua mãe. Outra aparecia do seu lado oposto e gritava ferozmente que a amava, outra outra e outra. Seus soluços eram atrapalhados por sua voz ordenando-os que se afastassem, eles ignoravam. Pareciam brotar de sua consciência e torna-se matéria na realidade. Recorria suas mãos aos seus cabelos como forma de encontrar uma impossível liberdade, seus medos e seus atos a perseguiam aonde quer que fosse. Atormentava-se com aquilo, não queria mais aquilo. Concebeu forças do imaginável e correu em meio aquela estrada infernal, as vozes infantis a perseguiam em meio aquela estrada. Encontrou uma casa. Uma saída. Seus passos insertos e desconcertantes eram guiados por mãos inseguras que bailavam ao ar. Sua boca ofegante desejara encontrar uma saída daquele tormento. Seus olhos passaram pela janela da moradia, viu um anjo inofensivo a dormir. Seus lábios encontraram um sorriso perdido em sua face. Seus olhos imaginaram uma linda cena a entrar em cena. Passos quietos e silenciosos – mãos experientes e perigosamente obsessivas. Não ouvia mais criança, não ouvia mais vozes desconcertantes em sua mente. Suas mãos agora choravam lágrimas de sangue e seus olhos um desejo insaciável de mais.
*Ganhei novos selinhos, vejam os questionários e os repasses atualizados: Aqui.
Pois é. misturei nomes de ruas de vários lugares porque não achava os de lá. Mas me deu vontade de colocar frio, e nada melhor do que a Rússia pra ilustrar *-*.
ResponderExcluirAdorei o texto como sempre!!
ResponderExcluirtem um selo pra vc no meu blog!
ah, você realmente escreve mt bem!!!
beijos!
Que bom que me entendes, Arianne. Olha, também gostei muito deste texto.
ResponderExcluirBeijos **
Uauau q belos fragmentos, seu texto é gostoso de ler, é uma maravilha passear com vc por cada linha d dxas por aqui, pra vc bjos, bjos e bjosssssss
ResponderExcluirQuero agradecer belo selo e dizer que gostei do seu blog, estou seguindo também! Beijos linda.
ResponderExcluirQue post maravilhoso hein! Levas jeito pra isso!
ResponderExcluirbjos
Muito bom seu post... Seu texto é bem interessante!
ResponderExcluirGostei muito, parabéns!
Beijos
http://tchutchando.blogspot.com/
Querida, deixei um selinho pra ti no meu blog!
ResponderExcluirPassa lá buscar.
Beijos meus e um lindo dia!
Parabens amr
ResponderExcluirvocê escreve muito bem!
adorei o blog:)
SEGUE LA O MEU?
www.cupcake-bruna.blogspot.com
Parabéns, selo pra ti no meu blog!
ResponderExcluirhttp://amar-go.blogspot.com/p/presentes-selos.html
Beijo :)
Tem como não gostar daqui Ari?
ResponderExcluirGostei do novo layout.
Gostei viu, um texto bem visual ao mesmo tempo que tem um ritmo delicado e suave.
ResponderExcluirParabéns
Que mulher!!! Ela matou a pobre criança;
ResponderExcluirGostei de senti um pouco do pensamento alheio dela. Caminhou tanto e as vidas das crianças q ela tirara sempre iam atrás dela, até ela encontrar outra criança e novamente deixar esse sorriso sair dos seus lábios. Amei o final, mostra que ela apenas se acalmou quando matou outra criança. Incrivel.
Tava com saudade dos seus contos com personagens doentios e psicopatas. adorei
Uauuuu!!!!que belo texto...amei...amiga vc.arrasaaaaa...virei sua fã...serei sua seguidora...muito obrigada pelo doce comentário que vc.me deixou no meu blog...beijos queridaaa!!
ResponderExcluiradorei o texto, parabéns pelo lindo trabalho e pelo blog *-*
ResponderExcluirNossa que lindo.Eu amei essa parte "Seus suspiros eram desconcertantes, demonstravam um frio que não era sentido ali. Então sentiu o insensato e impiedoso fragmento do passado."
ResponderExcluirO blos todo está lindo de verdade.
Muuuito bem escrito o texto.
ResponderExcluirhttp://www.maisqueindelevel.com
Muito legal o seu texto!!!! Parabéns pelo blog. Abraço.
ResponderExcluirMuito bom o texto, adorei!
ResponderExcluirnossa que tenso.
ResponderExcluirsuper diferente de tudo que já li..
parabéns.
Obrigada pela visita,
ResponderExcluire parabéns pelo blog! ;)
Te sigo. Beijo meu
Nossa, que texto lindo ç.ç Tô seguindo :)
ResponderExcluirGostei muito do seu blog,
ResponderExcluirparabéns!
www.diamondsfashion.blogspot.com
Quando se tem um local público para se expressar, o melhor a fazer é passar o pouco de consciência que nos resta.
ResponderExcluirGostei do texto. Forte. Por meros instantes achei que você ia construir alguma relação com o aborto, mas não se foi isso que você desejou.
Enfim..
Beijos,
Giuliana
-ah, estou seguindo tambem!
As vezes nos perdemos pelo caminho, nos sentimos vencidos pelo cansaço..mas temos que descobrir forças na alma pra seguir e vencer a vida...beijos de bom dia pra ti querida.
ResponderExcluirTão intenso, belo e surpreendente.
ResponderExcluirAs suas belas palavras ganham vida quando menos esperamos e fogem quando estamos prestes a tocá-las, conservando assim a beleza implícita em cada linha - só vê quem lê com a alma. São tantas as possibilidades de interpretação que me foram oferecidas, e isso sempre me alegra muito. A subjetividade, o escondido! Excelente texto, a sua escrita é sempre assim.
Grande beijo Ari.
Que lindo texto, parabéns! Estou seguindo seu blog.
ResponderExcluirBeijos, Ana B.
Poxa que texto lindo!
ResponderExcluirBlog lindo, como de costume.
Obrigada pelas contantes visitas ao mais cores.. Fico feliz por alguém gostar do que escrevo e acompanhar..
Enfim, boa tarde e beijos.
Querida que blog incrivel esse seu,
ResponderExcluircomo escreve bem :)
adorei a descrição do seu cantinho...
“Por favor, leia-me com paciência. Leia-me com intensidade e misture um pouco com o verbo: sentir.”
Te seguindo aqui
Bjs
OOOlha só! Gostei muito! Voce lê meu blog, sabe qual é o tipo de texto que gosto uhauhauah
ResponderExcluirParabens!
Ótimo desenvolvimento e execução do texto!
ResponderExcluir"Sua voz assemelhava-se a de uma criança e seu corpo seguia pelo mesmo conceito, ele dizia bem baixinho que aquela era sua mãe. Outra aparecia do seu lado oposto e gritava ferozmente que a amava, outra outra e outra." leitura clara. :)
Ah, e sinta-se convidada a me visitar em www.jvictorlima.com
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirObrigado pela visita ao meu blog fico muito feliz por sua apreciação por ele.
ResponderExcluirPretendo postar a continuação de "A Bonequinha" semana que vem.
••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Parabéns!
Li esse post e gostei bastante.
A forma como você descreve a mulher, o caminho que ela percorre, o sofrimento...
Palavras com muita eloquencia!
Muito bom!
Vejo nesse texto uma personagem abatida, enfraquecida, desanimada... Que bom seria poder dar-lhe um ombro amigo!
ResponderExcluirCaramba...
ResponderExcluirEscritora de mão cheia!
Mandou bem, muito bem é um belo conto!
Viu tem selos pra você no meu blog!
passa lá.
Beijos
Fiquei maravilhada com o seu jeito de criar as cenas perfeita. Incrível! Só o que tenho a dizer.
ResponderExcluirParabens :)
xx
Arih, que texto lindo *-*
ResponderExcluirSabe quando a gente lê algo, que se encanta e nem sabe ao certo o que dizer a respeito ? Pois é, fiquei assim. rs'
Só sei que achei lindo, realmente lindo.
beijo grande :*
Eu adoro esses seus textos sombrios e doentios, até me perco :)
ResponderExcluirTextos raros.
ResponderExcluirbelissimos.
beijos