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Desabafo #IV




O som das águas caídas lá fora transmitiam-me o nostálgico daquela tarde traiçoeira. Meu corpo se aconchegava no atelier bagunçado da minha parenta idosa - suas costuras e desenhos eram deixados caídos ao chão, mesmo com seu aspecto assustador de desorganização, amava está ali. Uma casa antiga com seu primeiro andar voltado a hobbys e travessuras. Sua janela era dividida entre retângulos primares, fazendo uma pequena curva ondulatória para rua. Definitivamente, aquele era meu aconchego favorito. Encontrava-me entre os tecidos delicados, e olhos arregalados a observar os pigmentos da chuva a saltar – tecidos macios e convidativos a serem usados; e proibidos a serem roubados. Intensamente aquele parâmetro ofuscava de mim uma sensação tranqüila e avassaladora em termos temperamentais do meu corpo, se sentir calma e despreocupada com tudo que a vida poderá fazer sobre a minha, me levara a sensações intimistas e um pouco desanimadora sobre o meu retrospecto de felicidade. Na verdade, o preceito de felicidade ainda não sentia, apenas sabia. Por que de todas as maneiras ou todos equívocos que seguisse, ainda seria eu mesma. Saberia da felicidade, mas não ousaria senti-la. Sentir a felicidade é caminho para sua despedida, saber a felicidade é caminho da teoria inofensiva. E coisas inofensivas não machucam ninguém... Agora vejo neve a cair.  Neve, neve, neve. Tão astuto quanto a frágil chuva.



[Primeiramente, peço perdões aos leitores por este texto. Ele transmite o que minha alma sente no momento. Subjetivismo e simplicidade. Creio que muitos não gostarão ou não entenderão.

 Queridos leitores e leitoras, venho informá-los que, infelizmente, me tornarei um pouco ausente do blog. Por motivos pessoais, contudo, garanto que não esquecerei do meu recanto e refúgio noturno. Peço infinitos perdões, mas não poderei responder os comentários anteriores, mas eles serão retribuídos aos demeados dias que logarei por aqui. Selos e questionários serão respondidos, repassados e publicados ao meu retorno. Agora, meus queridos, revoir encore plus. (Até mais, adeus.) ]

Comentários

  1. Ai, Arianne, é lindo. Oh, querida, que pena que vais te ausentar. Eu também vou me ausentar um pouco no decorrer deste ano :|

    Amo seus textos.

    Beijos, e boa sorte em tudo **

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  2. Os melhores textos são esses; os subjetivos. Mesmo envolta em suposições acabo sentindo o que você quer dizer, pois muitas das vezes sinto algo parecido. Às vezes me pergunto se o texto foi feito pra mim, pois os formatos possuem as minhas medidas. No entanto sei; as pessoas passam por coisas parecidas de maneiras diferentes. Sentir nunca é igual, mas todo mundo sente. E por mais que sejamos diferentes, esse é mais um dos pontos que nos igualam.
    Como sempre, os seus textos embalam e abalam. Não é surpresa nenhuma.
    A sua escrita envolve, comove, conforta, e involuntariamente acaricia o âmago absorto em nós. Gostei muito desse texto, mas isso você já sabe. Haha.

    Beijo moça. ^^

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  3. Sei como é doloroso ter que se ausentar do blog, pois ja passei por isso.
    Espero que volte logo.

    Emocionante texto!!

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  4. Que texto lindo minha querida, forte, sente-se verdade em cada linda.

    'Na verdade, o preceito de felicidade ainda não sentia, apenas sabia. Por que de todas as maneiras ou todos equívocos que seguisse, ainda seria eu mesma. Saberia da felicidade, mas não ousaria senti-la. '

    Parabéns pela escrita.
    Emocionante mesmo!!

    Bjs e boa noite flor

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  5. Querida, venho te agradecer pelo comentário e dizer que adorei seu blog. Se é para falar de felicidade, eu não sou a pessoa mais empolgada para isso. Não vou prender-me a clichês revolucionários e dizer que não acredito nela, sim, eu acredito. Só não acredito que ela possa fazer de um alguém um outro alguém. A felicidade é um quarto branco que te prende e te obriga a viver o mesmo tempo, o mesmo espaço. O sofrimento é uma escada escura que te leva não sei para onde, mas que não te deixa no mesmo lugar. Eu prefiro me mover.

    Um beijo e te espero de volta.

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  6. Amável :)

    - Espero que volte logo Ari,
    fará falta, beijo!

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  7. Que lindo.
    Até mais. Volte logo.

    Beijos meus e um bom final de semana

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  8. Eu entendi e gostei.
    Foto e textos lindos.
    Tenha um excelente final de semana.
    Beijos

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  9. Não se desculpe pelo texto, quando se demonstra o que vem da alma, sempre sai um bom texto, porque você não apenas escreveu vc demonstrou todo o sentimento e ternura em suas palavras, parabéns lindo ;*

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  10. Parabéns! Você escreve mesmo com o coração e demosntrando as suas emoções nas palavras. Adorei!
    Bjbj ;*

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  11. Adorei o texto!
    Não precisa se desculpar, volte quando se sentir a vontade.

    Todo mundo precisa de férias do mundo, as vezes.

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  12. Você escreve com a alma e o coração, garota.
    É tão lindo e original!
    Espero que volte logo, adoro seu blog, seus textos.
    Tem post novo no meu blog, quando der dá uma passadinha lá!
    Sucesso, beijinhos!

    ResponderExcluir
  13. Este comentário foi removido pelo autor.

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  14. BElo post!!

    Belo blog...

    Parabéns!!

    COnvido vc a conhecer minha poesia... Ficaria muito feliz!!! http://mailsonfurtado.com

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  15. Adorei esse texto *-*
    sua criatividadde é incrivel! Parabéns!

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  16. Está um bonito texto, e faz-me lembrar uma coisa que gosto de fazer: estar dentro de casa, ao pé da janela a ver a chuva cair. :)

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  17. Tem selinhos para ti no meu blog!

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  18. Victória Resende24 janeiro, 2011

    Simples, mas ao mesmo tempo lindo e tocante. Parabéns, Ari. Pelo texto e por essa alma bonita que cê tem.

    *-*

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  19. Obrigado pela visita!
    e que texto lindo e profundo. Parabéns

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  20. Gostei muito do seu blog, os textos são otimos, depois da uma olhada no meu tambem, os textos dele são bem emocionates.
    http://derlandreflexivo.blogspot.com/

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